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sábado, 25 de janeiro de 2014

Polinização


A flor possui aparelho masculinos e femininos, responsáveis por sua reprodução. O aparelho masculino chama-se androceu e é formado pelo filete, conectivo e antera. Na antera é produzidos o grão de pólen, que possui o gameta masculino. O aparelho feminino é denominado de gineceu e é constituído pelo estigma, estilete e ovário, aonde encontram-se os óvulos. Existem flores hermafroditas unissexuais. As flores unissexuais podem ocorrer na mesma planta e esta chamada de monoíca, quando as flores de um só sexo ocorrem em plantas diferentes, estas são denominadas dióicas.

A polinização é a transferência dos grãos de pólen das anteras de uma flor para o estigma da mesma flor ou de uma outra flor da mesma espécie. Para que haja a formação das sementes e frutos é necessário que os grãos de pólen fecundem os óvulos existentes no ovário.

A polinização, pode ocorrer das anteras para o estigma da mesma flor ou de flor diferente, mas na mesma planta (autopolinização) ou pode ser feita de uma flor para outra em plantas diferentes (polinização cruzada).

Em outros posts explicaremos a fecundação e os tipos de polinização.  


domingo, 25 de agosto de 2013

A flora da restinga da praia de Guadalupe no município de Sirinhaém, Pernambuco

Parte da dissertação de Mestrado do autor deste blog, James Cantarelli, enfocou o estudo da flora da restinga da praia de Guadalupe. A área alvo deste estudo possui cerca de 55ha e está localizada no município de Sirinhaém.

 A área apresentou três tipos fisionômicos: o fruticeto não inundável, o fruticeto inundável e o campo não inundável. Foram identificadas 124 espécies, 105 gêneros e 57 famílias. As famílias mais representativas foram: Myrtaceae (11 spp), Fabaceae (10), Cyperaceae (6), Rubiaceae (6), Euphorbiaceae (5), Malpighiaceae (5), Poaceae (5), Orchidaceae (4), Solanaceae (4), Asteraceae (3), Humiriaceae (3), Lauraceae (3) e Melastomataceae (3). 

No presente estudo não foram registradas espécies endêmicas, todavia, as espécies Gaylussacia brasiliensis, Hymenolobium alagoanum, Melocactus violaceus e Sauvagesia tenella foram exclusivas dessa restinga, em relação a outras restingas pernambucanas. 

Os tipos fisionômicos apresentaram diferenças florísticas e de riqueza de espécies influenciadas por fatores como a variação de fertilidade do solo e regime de inundação. Em outras restingas do litoral sul de Pernambuco, esses fatores também preponderam sobre a composição florística. 

Da mesma forma que outras restingas do nordeste brasileiro, a restinga de Guadalupe está submetida a intensa pressão antrópica, necessitando, portanto, de ações de conservação diante da riqueza de espécies vegetais registradas na área

Visão geral do campo de restinga da praia de Guadalupe. 
Gaylussacia brasiliensis
Melocactus violaceus

A beleza das plantas ruderais

As plantas ruderais (também chamadas invasoras ou daninhas), que possuem este nome por ocuparem nossas ruas e terrenos baldios, ou seja áreas antropizadas, apresentam uma rara beleza quando observadas detalhadamente, mostram uma diversidade de cores, formas, tamanhos, aromas. Além disso são alimentos para animais herbívoros que se alimentam delas, do seu néctar se fartam abelhas, mariposas, borboletas e beija-flores. Além disso uma infinidade delas possuem propriedades medicinais que servem para curar uma gama de enfermidades que afligem o homem. A seguir colocamos as fotos de algumas plantas ruderais com sua beleza singular.

 Anil (Indigofera hirsuta L.- família Fabaceae).
 Gervão-azul (Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl - família Verbenaceae.
Melão-de-são-caetano (Momordica charantia L. - família Cucurbitaceae).
Chanana (Turnera subulata J. E. Smith - família Turneaceae).
Picão-branco (Galinsoga parviflora Cav. - família Asteraceae).
Salsa-da-praia (Ipomoea pes-caprae (L.) R. - família Convolvulaceae). 
Poaia-da-praia (Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud.- família Rubiaceae).
Flor de vassourinha-de-botão (Borreria verticilata (L.) G. Mey.- família Rubiaceae) sendo polinizada por uma mosca.
Feijão-de-rolinha (Macroptilium atropurpureum (DC.) Urb.) - Fabaceae.
Xique-xique, guizo-de-cascavel (Crotalaria spectabilis Roth) - família Fabaceae).

A chanana e seu valor ornamental

A chanana (Turnera subulata - Família Turneraceae) é uma planta herbácea que atinge cerca de 50 cm de altura e produz uma grande quantidade de flores branco-amareladas. Nativa das restingas da América Tropical inclusive do nordeste do Brasil, é pouquíssima utilizada na ornamentação, apesar de embelezar a manhã dos locais aonde ocorre naturalmente. Poderia ser utilizada para cultivos em jarros, canteiros e maciços com um bons fins ornamentais, no entanto talvez a mentalidade da população local que só é belo o que é de fora, impeça o seu cultivo.É uma planta que deve ser cultivada a pleno sol e multiplica-se por sementes ou estacas.

O mito da baixa diversidade vegetal da Caatinga

Para quem pouco conhece a Caatinga, pode acreditar que neste Bioma exista uma quantidade muita baixa de espécies vegetais, visto tanto se falar das condições extremas desses ambientes. No entanto, no domínio das caatingas ocorre uma diversidade de ecossistemas e habitats, que propiciam uma flora rica e diversa como aponta o número de espécies vegetais registradas até o momento para a Caatinga como um todo, que são de 4478 espécies, sendo que destas 812 são endêmicas deste Bioma, ou seja, só ocorrem lá. E também várias espécies se encontram ameaçadas de extinção, como a aroeira-do-sertão.

A Caatinga sofre uma grande pressão antrópica, sendo sua área ocupada para atividades agropecuárias, retirada de lenha, carvoarias, construção de rodovias e hidrelétricas, povoamento urbano desenfreado, etc. Todos estes fatores colocam em risco a biodiversidade da Caatinga, e ameaçam especialmente as espécies endêmicas, que colonizam áreas restritas e são muito susceptíveis as alterações do ambiente.

Então é importante que se mude a forma de ver a Caatinga como um lugar pobre de vida e desprezível e que se criem políticas para a conservação deste Bioma que se encontra ameaçado e que talvez algumas espécies não cheguem nem a serem conhecidas, tal o ritmo acelerado da degradação atual em que se encontra este Bioma que é exclusivo do nosso país.




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Restinga: uma breve introdução

Como a restinga é uma vegetação pouco conhecida, achei melhor escrever algumas notas sobre ela. A vegetação de restinga caracteriza se por ocupar terrenos arenosos de origem recente próximos a linha da praia e apresenta diferentes fisionomias que variam de acordo com a salinidade, disponibilidade de nutrientes e de água. Esta variação nos fatores abióticos proporcionaram a instalação de diferentes tipos vegetacionais como os campos (aonde predominam plantas herbáceas), os frutícetos (predominam arbustos +-5m altura, ramificados desde a base), e as florestas de restingas (com árvores maiores que 5m de altura, com troncos). Estas podem senão inundáveis, inundáveis periodicamente ou permanente inundáveis). 

O litoral pernambucano com seus 187km de extensão, possuiu no seu passado restingas exuberantes representadas por todos seus tipos fisionômicos, no entanto atualmente encontram se pouquíssimos fragmentos desta vegetação que ainda tenham uma boa representatividade.

Primeiramente a monocultura do coqueiro, praticamente dizimou a vegetação original, depois vieram as construções das cidades e povoados, que se expandindo tragaram quase que completamente esta vegetação. Como exemplo temos Recife e demais municípios da Região Metropolitana, aonde a restinga ficou reduzida a uma curta faixa entre a praia e as construções, com uma grande dominação de espécies estranhas a este habitat.

A vegetação de restinga é muito importante como fixadora da areia, e é uma fonte de biodiversidade, com muitas plantas encontradas atualmente em apenas um único local, como Gaylussacya brasiliensis, Melocactus violaceus, Cryptanthus burle-marxii, entre outras.

A restinga está desaparecendo aceleradamente, sem nem antes ser conhecida pela população, vamos nos atentar a este fato, para que no futuro conheçam se as restingas apenas de livros.

Restinga de Guadalupe - Sirinhaém -PE.

Melocactus violaceus na Restinga de Guadalupe, Sirinhaém - PE.

Restinga em Ponta das Pedras Pretas, Cabo de Santo Agostinho - PE.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Voando Para a Liberdade

E o bem-te-vi canta alertando
Que vai alvorescer o dia
Contempla-lo no pé cajarana e nas jurubebas
Saltitando pra lá e pra cá

E sinto a liberdade de vocês pássaros na revoada do anoitecer
A procurarem seus lares muitas vezes incertos
Mas vejo um bacurau e uma coruja-de-igreja
Mostram-me que a noite também é das aves

Na minha infância no sertão
Vi rolinha fogo-apagou, a caldo-de-feijão de penas marrons
Lá também tinha a famosa asa-Branca
Imortalizada na voz dos cantadores sertanejos como Luís Gonzaga

Na mata de aroeira, baraúna, umburana, mandacaru
Lá das caatingas do Sertão do São Francisco
Cantam o galo-de-campina, caça o carcará
E entoa seu canto agourento a acauã

Os beija-flores se alimentando do néctar
Dos Malvaviscus no jardim da minha casa
Esses pássaros que batem suas asas em extrema velocidade
São os mais importantes polinizadores das lindas bromélias

E o urubu ave mal vista pelas pessoas
Tão importante papel ecológico desempenha
Tem urubu-de-cabeça-preta, cabeça-vermelha, de-cabeça-amarela
Mas o mais imponente é o urubu-rei

Na caatinga também tem o cancão, bonita ave
Come insetos, frutos, peixes e até cobras
Lá também tem a ema, uma ave que não voa
A maior ave do brasil e a fêmea pôe um imenso ovo

Atravessando o rio Jaboatão, no manguezal
Vi um martim-pescador pescar uma manjubinha
Na beira da praia de Candeias a noite
Vejo maçaricos caçando não sei o quê

Na Lagoa Olho D’água, hoje degradada
Observo um bando de garças-brancas-grandes
E nas pequenas lagoas circundantes
Sobre as ninfeías caminham majestosamente as jaçanâs

Assim como as aves amo as alturas
Porém, não tenho asas e assim não posso voar
Não admiro aves presas, quero soltá-las
Para voarem livres mundo afora